O ESTRANHO ERA EU Lucarocas, a Arte de Ser
Fui ao meu tempo escolar
Na lembrança que bateu
Eu então fui recordar
Algum fato que ocorreu
E nessa percepção
Me veio a recordação
Que o estranho era eu.
Eu já causava estranheza
Pois gostava de sentir
De toda vida a leveza
E apesar do fardamento
Eu me vestia a contento
Com a minha natureza.
Com bolso nela pregado
O cinto tinha uma tranca
Pra o fazer afivelado
Mas eu mudava a fivela
Pois eu tinha escrito nela
O meu nome bem gravado.
Que a minha mãe costurava
Fazia a boca alargada
Do jeito que eu gostava
Mas na hora de entrar
Eu tinha que ajustar
Pois senão eu não entrava.
De modo bem diferente
Pois eu mudava de lado
Todo o cadarço pendente
E fazia a amarração
Na forma da contramão
Que era de trás pra frente.
Tinha um verde militar
E sua alça entrançava
Para poder sustentar
Todo o meu material
Que pra mim era usual
Nas aulas a frequentar.
Na aparência tinha zelo
No meu modo diferente
Era enrolado o cabelo
Pois eu não usava pente
E além de cacheado
Era bem parafinado
Num louro tão reluzente.
Um brinco em forma de cruz
E nele então se mostrava
Uma imagem de Jesus
E no pescoço pendia
Um garfo que reluzia
Um grande escudo de luz.
Tinha bom comportamento
Usava da inteligência
Na hora do argumento
E trazia uma liderança
Que passava confiança
A todo e qualquer momento.
Fazia sempre um roteiro
Eu a Bíblia sempre lia
Debaixo de um cajueiro
E toda a minha leitura
Reforçava a estrutura
Pra seguir meu paradeiro.
Na lida de estudante
Ali no Castelo Branco
Me fiz um ser relevante
E ali me destaquei
Nas trilhas que caminhei
Para seguir sempre avante.
De um pouco do viver meu
Que registrei na história
Muito fato que se deu
Mas o meu viver tamanho
Mostrou assim que o estranho
Na minha escola era eu.
Fortaleza, 18 de agosto de 2025.
O texto acima foi a resposta a uma atividade da professora de Psicologia Escolar.
Disciplina: Psicologia Escolar
Professora: Carla Dornelles da Silva



