O mistério da
vida sempre me fascinou.
Desde a minha
noção de entendimento, me fiz leitor do conhecimento que me pudesse elevar a um
ser melhor a cada dia.
Não tive a
facilidade de muitos para chegar a um grau de conhecimento maior em pouco
tempo, mas fiz minha jornada como o “louco do tarot”, sem pressa e feliz.
Caminhei nas
cores da vida e edifiquei meus sonhos com o melhor de mim, e aprendi a não buscar
no outro o que me faria feliz: eu era a minha própria felicidade.
Calejei os pés
na caminhada pisando firme a terra dura, não fiz calo no calcanhar porque
sapatos não havia. Fiz calo nas solas dos pés, pois ali estava a raiz do meu
existir.
Com os pés
firmes caminhei com os meu sonhos e, um a um, fui construindo a minha
realidade.
Não comi “o
pão que o diabo amassou” porque, muitas vezes não havia pão, e o que me vinha
era de Deus.
Chorei no
silêncio das caminhadas, e minhas lágrimas regaram sementes mortas que
germinaram ao longo do caminho que eu passava. Por onde eu passava eu semeava
beleza que era regada pelo meu suor e as minhas lágrimas.
Nunca
lamentei. Sempre fui gratidão, pois muitos que me conhecem acreditavam que eu
iria ficar sentado no troco das lamentações esperando meus sonhos passarem,
puro engano. Quando parei no troco da estrada não foi para lamentar, foi para
perceber que o troco já foi semente, já foi árvore, e ainda poderia ser força e
energia para o caminheiro. Fiz do pouso um amparo para agradecer a Deus pelos
passos dados até ali.
Entre caminhos
e caminhadas fui descobrindo os mistérios da vida humana: do coração que pulsa
de saudade, do afeto dos amantes, da dor da tristeza, da paz da solidariedade, da fé,
da esperança e da vontade de ser feliz.
Mistérios que busquei em mim mesmo para encontrar nos outros.
Assim caminhei
até aqui para regular o meu conhecimento, e adquirir outros novos, e continuar
caminhando na busca do mistério de mim mesmo.
A caminhada
que agora inicio traz um propósito idealizado desde o meu tempo de entendimento
de gente: servir, servir a quem quiser ser servido para a construção de um bem
maior.
Na minha
caminhada ouvia alguém dizer: “Ele não presta!” e eu sorrindo respondia: “Posso
não prestar, mas nasci para servir!”
Se hoje estou
cursando Psicologia é porque só agora pude atender a esse chamado.
Espero que os meus conhecimentos sirvam para servir...
Luis de Castro
– Lucarocas
Fortaleza, 12
de março de 2023
Lindo relato pessoal. Parabéns
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